Angústia

“Estou muito angustiado! Sinto-me completamente impossibilitado e despreparado para enfrentar a vida; não tenho casa, não tenho trabalho, nem ao menos tenho um relacionamento. Ao mesmo tempo em que tenho vários amigos, vários planos, e também saio com várias pessoas. O mais difícil é ver minha angústia se intensificando por minha pressa de resolver e solucionar o caos que minha vida se encontra. Não tenho mais tempo, preciso sair dessa situação, não sei se alguém pode me ajudar.”

O texto apresenta um relato que se aproxima da realidade de muitas pessoas, não quer dizer que ele tenha sido produzido exatamente dessa forma, pois a ideia inicial foi apresentar o sentimento da angústia e como pano de fundo o sentimento de fragmentação ou despedaçamento do sujeito, como se viver tal “sofrimento” colocasse fim na existência do indivíduo. É importante viver e atravessar esse momento, pois à medida que o indivíduo não é engolido pelos sentimentos e não se perde de si mesmo, um novo sujeito pode aparecer.

Estar angustiado e sentir-se despreparado para lidar com as adversidades da vida em certa medida, é normal. Também é natural que o ser humano viva dias de angústia, pois diante da vida dinâmica vivida nos dias atuais, por vezes o controle escapa das mãos. Quando a vida foge do controle uma das primeiras reações é se anestesiar a fim de não viver o “sofrimento”, as anestesias acontecem por muitas vias como o álcool e outros entorpecentes, além disso, tais caminhos servem de  anestésicos imediatos, mas que ao fim de cada dose o sentimento continua para ser resolvido.

Quando a angústia aparecer não se anestesie, deixe ela passar, viva o momento e se necessário busque ajuda para viver da melhor maneira possível, de modo que o resultado seja um sujeito reinventado e mais preparado.

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