O “ter” vale mais que o “ser”?

Vivendo em uma época em que o “ter” vale mais que o “ser”, nos tornamos cada vez menos tolerantes ao sofrimento.

As pessoas buscam alívio imediato para suas inquietações e frustrações. Esse movimento se estende as crianças, pois os pais se prontificam rapidamente para encobrir as insatisfações dos filhos com o excesso de brinquedos, como uma tentativa de apaziguar o conflito. Estamos falando de uma atitude fracassada em tentar encontrar felicidade em objetos.

Se o brincar for vivenciado cada vez menos pela criatividade e fantasia e mais por brinquedos prontos que pré determinam sua finalidade, as crianças vivenciarão frequentemente o tédio.

É fundamental que a criança consiga representar uma coisa por outra, por exemplo, na brincadeira um cabo de vassoura pode tornar-se um cavalo. Dessa forma, ela adquire a capacidade de simbolização, torna-se mais tolerante pois consegue defender-se do real através do brincar.

Hoje, é fácil identificar crianças cheias de brinquedos, mas pobres na experiência do brincar.

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